quarta-feira, junho 20, 2007

O incompreensível mundo dos outros

É cíclico. Tem dias em que não percebo o meu mundo, outras em que não percebo o mundo dos outros. São raros os dias em que percebo um e outro. Hoje, estou num daqueles dias em que não percebo o mundo dos outros. Mas sinto-o, com uma intensidade que não entendo. Nem compreendo a intensidade do que sinto, nem as razões da proximidade e da distância. E chegam-me, de todos os lados, ecos do munco dos outros que me inquietam e desassossegam. E não compreendo, mesmo nada.
É em dias assim que só me apetece fazer festas ao meu cão. O meu Tejo, de mim, só espera o meu regresso e a minha presença. Nada me exige, nada me pede e não me morde. E desculpa-me quando sou estupida com ele e o enxoto. Ele sabe, e eu sei, que o nosso amor é incondicional. e que preciso dele. Percebe mais ele, do que eu.

7 comentários:

S.L. disse...

Há dias assim minha amiga. No dia em que conseguirmos compreender os dois mundos algo andará errado (digo eu). Entendo-te e entendo muito bem o amor incondicional entre ti e o Tejo. Lá em casa também eu tenho um Fred,de quatro patas.
bjs

Coca disse...

Já passei meia-hora do meu almoço a fazer-lhe festas e por vontade dele ficava ali o resto da tarde.

Pisca disse...

Entre todos os mundos nunca se sabe qual deles será o mais fiável, incluindo o nosso.
Quanto aos "companheiros de 4 patas", começou a luta, a mais pequena, preta, tá a ficar desesperada, quer gato.
Ainda vai pela janela fora !

(não vai nada)

ps:são duas, mas nã sou eu o culpado

Coca disse...

Nem me diga nada, Pisca, a Lua veio passar ao fim-de-semana cá a casa. Está com o cio, o foi lindo manter o Tejo afastado.
Mas se a preta quiser, e o Pisca, assumir os gatinhos, o meu Gaspar está disponível para o convívio. :) (Tudo menos levar mais animais abandonados para casa dos meus pais)

Pisca disse...

Nem a brincar, mas se quiser conhecer as espécies tiveram direito a "boneco" no blogue.

Obrigado pela oferta.

E cumprimentos ao Gaspar

(também ao Tejo que é lindo)

Júlio Pêgo disse...

"Viver também cansa", lá dizia o poeta José Gomes Ferreira. O sentimento que a Coca exprime, com maior ou menor flutuação, é comum à maioria das pessoas.Provàvelmente, só no estado de paixão, onde o tempo pára, não haverão altos e baixos. Mas, se na vida tivermos projectos, estes encarrilham-nos para o gosto pela vida.
Júlio

Coca disse...

Finalmente encontrei alguém que me situa na maioria, porque até agora só me tem dito que não sirvo de exemplo para nada. Obrigado Júlio. Estes devaneios servem para limpar o fígado que, como certamente saberá estão muito ligados ao cérebro (pelo menos segundo a medicina oriental). Um abraço.