quinta-feira, junho 28, 2007

Peça a peça

A paciência é uma virtude. Esperar, observar, analisar fazem parte do cenário. Mas, por norma, só tenho paciência quando a isso sou obrigada. Não gosto de esperar e tenho um conflito com o tempo. Depois, na prática, a curiosidade, talvez fruto de deformação profissional, vai-se impondo e peça a peça, devagarinho, vou construindo puzzles, tendo em atenção as peças que tenho à escolha e procurando perceber quais as outras que estão ali apenas para me confudir.
Básica, uso sempre a mesma técnica: começo pela moldura e vou encaixando, isoladamente, pequenos conjuntos de peças, com os elementos essenciais da fotografia. Para complicar, há sempre quem passe pelo puzzle e me desloque, distraídamente, uma peça. Agora uma, depois outra, num processo tão continuado como súbtil de manipulação.
Mesmo irascível com a demora, sou incapaz de desistir a meio de qualquer coisa. Mas há dias, como hoje, em que a falta de paciência vem à tona e só me apetece sacudir com a eficácia do meu Tejo, porque a fotografia do puzzle já deixou de fazer sentido. Em dias assim, tenho de dar razão à Ninas e rever as minhas prioridades.

5 comentários:

Pisca disse...

Gostei, confesso

Um conselho (quem sou para os dar), uma boa palmada na mão de quem lhe mexer nos puzzles.

Ninas disse...

Deviam haver muitos dias assim para vermos o que realmente interessa.

Andamos enganandos metade (ou mais)da nossa vida.

Coca disse...

Pisca: São bem muito bem-vindos os seus conselhos. Se estiver como hoje, o próximo que me mexer no puzzle leva cacetada.

Ninas: Lá vou eu discordar de si. Graças a Deus não existem muitos dias assim. Quanto ao que interessa, no fundo, sabemos sempre bem o que é realmente importante.

Júlio Pêgo disse...

Sabe bem quebrar a cabeça no puzzle intervalo do dia.As ideias ficam mais nítidas e o nosso "PCU" fica mais enérgico.
Júlio

Coca disse...

Sobretudo, Júlio, conseguimos esse maravilhoso estado de alma, que nos permite a sobrevivência, chamado alienação.