sábado, setembro 29, 2007

Como a esperança...

Em dia de derby na cidade, porque uma mulher é fiel às suas origens, ao seu sangue e à sua paixão.

Sporting

De novo os Jacarandás

A segunda floração dos jacarandás, mais tímida que a de Maio e Junho, acontece em Outubro e Novembro. Mas no Parque das Nações, entre a Rua Ilha dos Amores e o Terreiro dos Corvos, um jovem jacarandá desafia a Natureza e já deixa cair gordos cachos de flor lilás. É lindo. Como lindas são as frondosas copas de verde com que se revestem por estes dias os jacarandás de Lisboa.

O Outono na cidade

Entrou assim, de mansinho, com uns raios de Sol a despertarem a madrugada. Ao princípio da manhã, vindas de oriente, as nuvens já se tinham instalado na cidade empurradas por uma ligeira brisa. Ainda sem o aconchego do almoço no estomâgo, surgiram os primeiros pingos. Primeiro inhos e depois grossos. Soltou-se a bátega de água ia eu a meio do cozido. E instalou-se tarde fora. Hoje é o primeiro dia de Outono. Não o oficial, mas o oficioso. E eu fico a pensar nos casamentos e baptizados deste fim-de-semana. E ocorre-me outra dúvida: se a boda molhada fica logo abençoada, como será com os baptizados?

sexta-feira, setembro 28, 2007

Areias formosas

Tenho saudades de me perder nas dunas da Ilha do Farol nestas tardes mansas de Outono.

quinta-feira, setembro 27, 2007

A indignação de Pedro

Pedro Santana Lopes saiu ontem do telejornal da SIC Noticias indignado com a interrupção a que fora sujeita a sua entrevista pela necessidade mediática de fazer um directo da chegada do mais recente português special one, José Mourinho.
Eu até percebo a indignação do ex-primeiro ministro, com o mais curto consulado da História de Portugal. Esta fervilhação pela cobertura de todas as noticias, pelo chegar a todas, não me parece saudável a ninguém. E já para não falar do acontecimento que suscitou a interrupção... Mas o que eu ainda percebo menos foi a espera de Pedro Santana Lopes, que ficou no estudio paulatinamente esperando pela retoma da emissão em directo para, então sim, criar o momento e anunciar com aparato que "o País está doido", porque uma emissora de televisão lhe interrompera o discurso.
Durante o minuto e meio do directo com a chegada de José Mourinho que ficou Pedro Santana Lopes a fazer no estúdio? Terá ficado a discutir com a jornalista, terá chamado o director de informação apra lhe manifestar o desagrado, terá ficado em silêncio a pensar na atitude que iria tomar? Pois, não sei.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Os pais como donos dos filhos

O Tribunal da Relação de Coimbra decidiu entregar a pequena Esmeralda ao seu pai biológico. É o remate (espera-se que não definitivo) da interpretação da lei de menores portuguesa que entende que os pais são donos dos filhos. É uma lei retrógada, aplicada de forma cega, por magistrados (a meio de carreira) que mostram não saber interpretar a lei dos afectos.
Atrasa-se a jurisprudência do direito português face à evolução social, muito mais preenchida do que esta decisão judicial. Atrasa-se à custa da vida, da segurança e dos afectos de uma criança de cinco anos, que irá crescer e avaliar aquilo que o Estado português lhe fez. Quer os desembargadores de Coimbra queiram, ou não, foram eles que tiraram uma criança feliz de uma família feliz. E isso é imperdoável

segunda-feira, setembro 24, 2007

A próxima guerra

Ouvi ontem que um grupo de generais norte-americanos estuda detalhadamente qual o local ideal para fazer a próxima guerra, que fontes bem informadas garantem que há-de ser o Irão, embora a Coreira do Norte também seja um alvo a considerar. E leio hoje que o presidente do Irão não aceita essa escolha.
Parece que é mesmo assim: quando a economia norte-americana entra em descalabro, nada como inventar uma guerra para recuparar as contas. Nem que seja à conta de outro povo e contra o resto do Mundo. Por quanto tempo mais se tolerará esta atitude?

Sem morangos

Com a chegada do Outono, acabaram-se os dias da sangria, por falta de matéria prima. Agora é preciso sobreviver ao Inverno e esperar por Maio pelos primeiros frutos da época.
Nos entretantos apanhamos os últimos figos, deliciamo-nos com as primeiras castanhas, fazemos o vinho, varejamos as azeitonas e cozemos os primeiros marmelos. O tempo agora é das geleias e compotas, por oposição às manteigas.

domingo, setembro 16, 2007

A "Madddie", os polícias e os jornalistas

Palavra de honra que me tenho andado a morder para não botar faladura sobre o "caso Maddie". Em 20 anos de profissão já li sobre desaparecidos quilómetros de prosa que bastem para perceber que 90% do que se diz não passa de mera especulação. Os factos e as teorias misturados, impossíveis de distinguir e confirmar, por mais espantosos que sejam, encaixam-se - nem que seja à martelada - nas páginas dos jornais.
Não se pense que faço aqui uma subtil crítica aos jornalistas. Teremos certamente as nossas culpas, mas isso daria um outro apontamento. Há um romantismo descabido à volta da profissão. Os jornalistas não inventam notícias, no sentido do acontecimento: Alguém lhes dá as pistas para que façam essa coisa, que ganhou estatuto politicamente correcto, chamada investigação jornalística. Em outros casos, fontes aparentemente credíveis, como as policiais, ou por ânsia de ficaram bem na fotografia colectiva ou por já não conseguirem resistir à pressão mediática, acabam por deixar cair opiniões, que os jornalistas usam como factos processuais.
Em ambos casos, a opinião pública é bombardeada com um tal caudal de informação em que, ao mesmo tempo, tudo e nada fazem sentido.
Informação e opinião misturam-se despudoradamente contribuindo para intoxicar a opinião pública, em vez de a esclarecer. E ao mesmo tempo, surgem no enredo novos personagens embuídas de espírito credível.

Serve esta introdução para confessar o meu espanto com um destes personagens, que passou a ter direito a figurar no topo das páginas impares dos jornais e a entrar-nos pela casa, via televisão, dando explicações triviais sobre o desaparecimento (ou homicídio???) da Maddie.
Ex-inspector da Polícia Judiciária, Paulo Pereira Cristovão, foi um dos responsáveis pela investigação do desaparecimento de outra menina (Joana), de oito anos, também no Algarve, em 2004.

Pereira Cristovão surge assim como o mais recente perito policial, que nos ajuda a compreender o que policia ainda não conseguiu: já deixou de ser importante saber o que aconteceu à garota - o que importa mesmo é compreender os padrões psicológicos dos envolvidos.

Aos 38 anos, o ex-inspector deu um pontapé à sua vidinha chata de polícia. Saíu da PJ, alegadamente (segundo li) para abrir uma empresa de investigação e consultadoria, escreveu um livro sobre um dos mais recentes fracassos de investigação da Polícia Judiciária - o caso Joana - e é-nos apresentado como referência máxima de sucesso e credibilidade para nos ajudar a explicar um caso de desaparecimento idêntico.
Bem sei que o sr. inspector acredita que a menina Joana foi cortada aos bocadinhos, colocada num carro e enviada para Espanha. Mas também sei que em tribunal - onde se faz a prova dos factos e não das convicções - nunca se provou onde foi depositado o corpo da menina (se é que houve homicídio).

Talvez precisemos de casos como este para nos irmos entretendo, de preferência no Verão.
Não faço a menor ideia do que sucedeu à Joana ou à Maddie, mas o que tenho lido é suficientemente rebuscado para só desejar que as convicções da Policia Judiciária estejam certas. É que se no caso Joana, a vergonha dos maus resultados policiais, ficou entre portas - e alguém exigiu responsabilidades? - em relação à Maddie todo o Planeta sabe que a polícia portuguesa está convictamente convencida que os pais McCann cortaram a filha aos pedacinhos.
Isto não é bom, se for verdade.
Mas se for mentira, não sei como iremos explicar que a PJ é "uma ds melhores policias de investigação do mundo", como há tantos anos nos querem fazer crer.

sexta-feira, setembro 07, 2007

O beijo

Eu já suspeitava mas hoje o meu jornal confirmou: o primeiro beijo pode ser decisivo e determinante quanto ao avanço ou estagnação de uma relação. Palavra que já tinha pensado nisso - por isso sou fiel - mas agora fico muito mais tranquila, porque quem o diz não é a minha percepção e sim um estudo científico norte-americano. E no que toca a percepções, nada como serem fundamentadas por dados estatísticos e métodos científicos.
O tal estudo revela ainda que com o beijo são activados mecanismos biológicos (não são esses, faz favor...)que tendem a "desencorajar a reprodução entre pessoas potencialemnte incompatíveis do ponto de vista genético."
Extraordinário. Agora já sei. E se ate aqui eu me tinha baseado apenas na percepção comezinha do "ai que marchar, marchavas", agora confesso ter receio de só perceber isso depois do primeiro beijo. Ora bolas, tanta saliva desperdiçada.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Elogio aos virgens

O primeiro ministro, virgem como eu, mas com dez anos de diferença para cima, faz anos hoje. Uma festa só manchada pelo desaparecimento físico de Luciano Pavarotti.