quinta-feira, janeiro 25, 2007

Pelo direito da criança a ser desejada...

Devia ter para ai 16 anos quando a Zita Seabra defendia, com a sanha que se lhe conhece, a liberalização do aborto no Parlamento.
Nós, jovens activistas da vida, cheias de ganas de mudar o mundo à força de o querer tanto, de corrigir injustiças e sempre disponíveis para as lutas pelo que considerávamos certas, passávamos horas a discutir o mundo, a ouvir e a esgrimir argumentos. O aborto era apenas mais um tema de discussão. Alguém - que já nessa altura assumira uma importância definitiva na minha vida - destoava do resto do grupo e, sem mais argumentações, considerava o aborto um crime. Intolerável. Nada, nunca, o justificaria.
Felizmente, para o sim e para o não, os argumentos, 20 anos depois, suavizaram-se. Da mesma forma que nos acalmou a gana, a vida também nos ensina a pensar melhor na opinião contrária.
No fervor da discussão, cansada de puxar pelos argumentos do primeiro direito da criança a ser desejada, da falta de condições para criar uma criança, da hipocrisia da sociedade que assobia para o lado a fingir que não sabe e não vê, disse-lhe, e ainda hoje penso assim:
É uma questão de liberdade. E a liberdade é um direito inalienável da civilização: Se o aborto for permitido, uma mulher que seja contra o aborto não será obrigada a fazê-lo, mas se o aborto continuar ilegal a mulher que precise de o fazer continuará impedida, porque se o fizer será sempre uma criminosa.
Eu voto sim. Pelo primeiro direito de uma criança: Ser desejada!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Um furacão na Europa


A forte tempestade que, desde ontem, fustigou a Europa central e do norte já causou 38 mortos.
Parece incrível como a intempérie consegue por o Velho Continente - normalmente tão poupado às fúrias da Natureza - em estado catastrófico.
Os ventos que ultrapassaram os 160 quilómetros por hora no Reino Unido e Alemanha derrubaram árvores, arrancaram sinais de trânsito, telhados, levantaram automóveis do chão, viraram camiões. As estações de comboio e auto-estradas foram encerradas e muitos voos foram suspensos. As cidades pararam.
E ainda há quem pense que as alterações climáticas são apenas um capricho dos ecologistas. O pior cego, como diz a sabedoria popular, é mesmo aquele que não quer ver. Que não quer sentir, quer não quer saber.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Encolher a cidade para escapar à multa


O 24 horas trazia ontem uma notícia espantosa, depois repescada pelo Observatório do Algarve sem fazer referência à notícia original: Um dia depois de o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira ter sido apanhado em excesso de velocidade (78 km/h) na recta que dá acesso à sua cidade, a placa indicativa de inicio de localidade - na frente da qual só se pode circular a 50 Km/h - avançou 150 metros, fazendo com isso encolher os limites administrativos da cidade de Quarteira.
O sr. presidente da Junta, Horácio Piedade, garante que só falou com o vereador do Trânsito na Câmara de Loulé, desabafando sobre a injustiça da multa (quando nos toca, dói à brava...). Além de não ter competências para o fazer, garante não ter sido ele a mandar encolher a cidade.
Solidário, o sr. presidente da câmara de Loulé, Seruca Emidío, veio a público (honra lhe seja feita) reconhecer que tinha sido a Câmara, por determinadação sua, a fazer a alteração e explicou ter sido uma coincidência a alteração dos limites admnistrativos da cidade, logo a seguir à multa por excesso de velocidade do sr. presidente da Junta de Quarteira. Explicou Seruca Emídio que a medida foi ponderada e decidida devido aos inúmeros protestos de cidadãos incautos que ali são apanhados em excesso de velocidade. As queixas pelos vistos eram muitas, tal como muitos eram os cidadãos que, ao entrar na cidade, ali circulavam a mais de 50 km/h.
Agora, durante mais 150 metros,graças à ponderada medida camarária, os quarteirenses poderão circular a 90 km/h.
A GNR, diz o jornal, ficou indignada e apresentou queixa ao Ministério Público.
Confesso não saber ao certo, mas vou-me informar, se as placas indicativas de cidade são assim como os marcos cadastrais para delimitação dos terrenos rústicos. Vou averiguar, porque se assim for, não é uma violação administrativa mas sim um crime promovido por uma entidade pública. O que não deixa de ter a sua piada, convenhamos.
Mas partilho aqui uma outra apreensão: o sr. presidente da Junta de Quarteira, Horácio Piedade, justificou-se dizendo que ia com pressa para uma reunião na câmara municipal. Ia, portanto, em serviço público. Assim, será de esperar que a coima inerente ao excesso de velocidade seja apresentada para cobrança à Junta de Freguesia? Será????
Não sei em que rúbrica a poderá o sr. presidente da Junta cabimentar, mas do pouco que conheço do POCAL não me lembro de ter visto qualquer rúbrica para coimas. Falaremos de despesas de contexto ou de representação?
Espero sinceramente que a Assembleia de Freguesia de Quarteira esteja atenta à aprovação das contas de 2007 da Junta de Freguesia.

Foguetes. Viva!!!


Alvíssaras! Vejam só meu contentamento.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Aleluia!!!!!!!