quarta-feira, junho 03, 2009

Em Paz. Com a escrita e com a cidade

Passou quase um ano desde que coloquei aqui o último post.
Foi um ano difícil.
Agora, com vontade de me reconciliar com a escrita e a cidade, olho para o meu mundo. À coca, como quem diz, a olhar. Essa função que profissionalmente exerci nas últimas duas décadas. Ver, ouvir e transmitir. Com rigor e verdade.
Observo o ano que passou. Os ventos de mudança que sopravam não eram fortes o suficiente - ainda não são - para fazer mexer as coisas. O sistema capitalista abanava todo. Os mercados começavam a entrar em trambolhão. Obama ainda não tinha sido eleito. As fábricas começavam a fechar. Os despedimentos colectivos pairavam no ar, como uma justificação politicamente correcta para a manutenção de alguns empregos e para a sobrevivência de empresas. As primeiras famílias começavam a ficar sem as casas, pressionadas pelo disparo em flecha das taxas de juro.
Se entrasse agora em Portugal, como se tivesse estado noutro planeta durante este último ano, perguntaria "Crise? Mas que crise". Como estive cá, em silêncio, mas a observar, acho que é melhor começarmos a preparar-nos para o embate.
Felizmente os meus jacarandás já estão floridos e dão cores fortes a esta cidade, que precisa de tempo para se pôr mais bonita e apetecível.

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