segunda-feira, agosto 31, 2009

Politica de verdade, em silêncio

O PSD anunciou que não irá organizar comícios de campanha. Tudo em prol da política de verdade. Ao contrário de todos os outros líderes do PSD, Manuela Ferreira Leite não aparece e não fala.
Não foi ao Chão da Lagoa, na Madeira, porque estava com gripe, não foi ao Pontal (no Algarve)porque não foi convidada (palavra do líder da distrital Mendes Bota) e agora sabemos que, até final da campanha, não a ouviremos discursar perante uma multidão entusiástica.
Então não é natural que um político faça um apelo ao voto directamente às massas?

quinta-feira, agosto 27, 2009

Os independentes, os partidos e as várias justiças

Declaração de interesses:
Não voto em Oeiras, não gosto particularmente de Isaltino Morais, desconfio muito dos independentes e até acho que será lamentável que Isaltino Morais, depois de condenado num tribunal de primeira instância (mesmo que o processo esteja em recurso) se mantenha candidato à representação do povo de Oeiras.
Dito isto não posso deixar de pasmar, perante a Justiça portuguesa e as nobres decisões dos nossos tribunais.
O movimento independente que suporta a candidatura de Isaltino Morais ao Município de Oeiras pediu ao Tribunal que lhe reconhecesse o símbolo da candidatura.
O mesmo fizeram os candidatos independentes em Valongo e Matosinhos.
Com isto, os movimentos independentes pretendem evitar que no boletim de voto apareça um símbolo com o qual as pessoas não se identificam.
Em Valongo (com Maria José Azevedo) e Matosinhos (com Narciso Miranda), o tribunal considerou que os candidatos tinham razão e, nos respectivos municípios, o boletim de voto consagrará o símbolo das candidaturas independentes.
Em Oeiras, o tribunal disse não. E o movimento independente irá figurar no boletim de voto com um símbolo de numeração romana, que lhe foi atribuído por sorteio.
Não me parece justo que assim seja. E esta sentença até pode ser entendida como querendo dar uma vitória a alguém na secretaria.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Um País a marinar

Leio agora nas notícias que o Presidente da República vetou a nova lei das Uniões de Facto.
Mais extraordinário do que este veto é o argumento que o justifica: "não é oportuno" em final de legislatura.
Está oficialmente decidido que até dia 27 de Setembro ninguém faz nada. Só tenho uma dúvida: Será que este princípio também se aplica ao Presidente?

As pontes também caem

E que dizer das pontes em péssimo estado de conservação, onde os autarcas permitem que se continue a circular, apesar de conhecerem os riscos, simplesmente porque a responsabilidade de interditar o tráfego não lhes pertence?

Já agora que falamos de pontes, talvez fosse bom a Parque Expo interditar de vez o pontão por cima da Doca dos Olivais, onde, acreditem, um dia acontece uma desgraça. As madeiras estão levantadas, os parafusos soltos e por ali passam largas centenas de pessoas ao fim-de-semana.

As arribas e as derrocadas

Quando acontece uma tragédia é natural que nos preocupemos em saber o que aconteceu.
Existe também uma natural apetência para identificar culpas, porque temos muita dificuldade em aceitar as desgraças.
O que aconteceu na praia Maria Luísa, que eu costumo frequentar, foi uma miserável tragédia. Eu não sei se, como diz o Ministério do Ambiente, se as arribas foram fiscalizadas uma semana antes. Eu não sei se o sismo ao largo de Faro, três dias antes, não teve qualquer influência na instabilidade do rochedo. O Instituto de Meteorologia diz que não há forma de estabelecer a relação causa-efeito. Também não diz o contrário.
Também não percebo porque arriscamos tanto.

Há uns anos, a governadora civil de Setúbal, Teresa Almeida, agora candidata a presidente da câmara municipal, mandou interditar a praia da Figueirinha, porque o risco era flagrante e nenhuma autoridade tinha coragem para fazer o óbvio.
Como raramente acontece, a governadora civil deu uma conferência de imprensa, acompanhada pelo presidente de câmara, Carlos Sousa, para explicar a decisão.
Foi criticada por quase todos.
O que é certo é que foi com a sua decisão de interditar a praia que o problema foi resolvido. O Ministério do Ambiente agiu e as Estradas de Portugal mexeram-se.

Fica a notícia do Publico de 30.05.2005.

Vejo hoje no mesmo jornal que vários autarcas lamentam a inépcia das autoridades quando toca a decidir. Provavelmente têm razão.
Mas será que não podiam fazer mais? Bastará dizer que a responsabilidade não é deles?

quarta-feira, agosto 05, 2009

Expectativas

Ontem, esperei até ao último segundo que o Sporting marcasse. E não é que marcou.
Afinal havia umas contas para ajustar desde Alvalade. Já não me lembrava de uma vacosa assim há muito tempo.

A falsa moralidade

Alguma coisa não faz sentido entre a imagem de austeridade e rigor transmitida por Manuela Ferreira Leite e a escolha dos candidatos a deputados pelo PSD.
Dois arguidos em processos judiciais - Helena Lopes da Costa e António Preto - e a exclusão de todos as opiniões divergentes da sua ficam mal na fotografia.
A verdade, pelos vistos, conhece muitas políticas.
Será que Helena Lopes da Costa e António Preto serão menos arguidos que Valentim Loureiro ou Isaltino Morais?
Eu aconselho já as direcção partidárias a adquirem um arguidómetro. Assim, sempre que um arguido ultrapassar, por exemplo, metade da escala do arguidómetro fica automaticamente excluído.
Pelo menos existe uma regra. Há moralidade, portanto, já não comem (quase) todos.

Ciclistas na Avenida

Tenho orgulho na minha cidade, com o regresso da Volta a Portugal à Avenida.
Mas não seria preferível escolher um domingo para esse evento?

quarta-feira, julho 29, 2009

Enigma

Eu, sportinguista me confesso, não percebo porque motivo o meu clube insiste tanto em ir buscar um jogador chamado Caicedo.

domingo, junho 07, 2009

À úlima hora, esperemos que ainda a tempo

Acabei de votar. E alterei o meu sentido de voto, à ultima hora, depois de consultar a lista completa dos candidatos partidários às eleições para o Parlamento Europeu.

sábado, junho 06, 2009

Palavras

Há frases que valem por mil imagens.
Há imagens que nem com mil palavras se explicam.

sexta-feira, junho 05, 2009

Frase do dia (Com a vénia a'O Jumento')

(...)Ainda o processo não chegou ao adro e já temos uma acusada, um inocente e dois condenados, isto tudo sem qualquer julgamento ou exercício do mais elementar direito de defesa (...)
A propósito da acusação no processo das 'cunhas' para atribuição de casas em Lisboa

O autarca empreendedor e visionário

Preocupado com a falta de dinâmica de um espaço público na sua freguesia, o presidente da junta andava há largos meses a atazanar a cabeça do presidente da câmara, pedindo-lhe para construir uma ponte. As pontes, ter-lhe-á lembrado, unem as margens e ali, na sua freguesia, ajudariam a trazer pessoas. As pessoas ajudariam o comércio local. E um comércio local próspero colocaria a freguesia no mapa.
As insistências foram tantas que o presidente da câmara aceitou ir com o outro ao local, preparado para projectar logo ali um projecto de arquitectura para o espelho de água.
Pasmado, o da câmara, nem queria acreditar quando o líder da freguesia lhe apontou um local sem margens, para a construção da ponte.
"Ó homem, mas aqui não há água", exclamou o presidente da câmara, com nítida miopia.
O outro não se deixou ficar: "Ó Sr. Presidente, construa lá a ponte, que depois eu ponho aqui a água".
O autarca da freguesia já tinha na sua cabeça o projecto de arquitectura: Bastava um furto artesiano e a água apareceria.

Águas de Junho

Chove na minha cidade. Está esquisito o tempo em Lisboa. E dizem que hoje é Dia Mundial do Ambiente.

quarta-feira, junho 03, 2009

Em Paz. Com a escrita e com a cidade

Passou quase um ano desde que coloquei aqui o último post.
Foi um ano difícil.
Agora, com vontade de me reconciliar com a escrita e a cidade, olho para o meu mundo. À coca, como quem diz, a olhar. Essa função que profissionalmente exerci nas últimas duas décadas. Ver, ouvir e transmitir. Com rigor e verdade.
Observo o ano que passou. Os ventos de mudança que sopravam não eram fortes o suficiente - ainda não são - para fazer mexer as coisas. O sistema capitalista abanava todo. Os mercados começavam a entrar em trambolhão. Obama ainda não tinha sido eleito. As fábricas começavam a fechar. Os despedimentos colectivos pairavam no ar, como uma justificação politicamente correcta para a manutenção de alguns empregos e para a sobrevivência de empresas. As primeiras famílias começavam a ficar sem as casas, pressionadas pelo disparo em flecha das taxas de juro.
Se entrasse agora em Portugal, como se tivesse estado noutro planeta durante este último ano, perguntaria "Crise? Mas que crise". Como estive cá, em silêncio, mas a observar, acho que é melhor começarmos a preparar-nos para o embate.
Felizmente os meus jacarandás já estão floridos e dão cores fortes a esta cidade, que precisa de tempo para se pôr mais bonita e apetecível.