sexta-feira, agosto 31, 2007

Um dono que me ama

A cadelinha de olhos meigos e amêndoados já tem um lar, resultado de muitos passa-palavra e de toda a bondade do mundo. Foi ali para os lados do Estoril e estou certa que contribuirá para a felicidade da família que se dispos a ficar com ela. A todos os que foram solidários, de uma forma ou de outra, expresso aqui a minha sentida gratidão. Bem hajam.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Olhos doces e meigos





Voltou a aparecer mais uma cadelinha abandonada no Parque das Nações. Encontramo-la pela primeira vez há quase uma semana, e desde então, temo-la mantido como podemos. Hoje, a polícia decidiu prendê-la para a mandar para o canil. Quando a vi, e percebi que ela não vinha ao chamamento, percebi que estava presa por uma corda. Com a D. Rosa, da charcutaria, conseguimos convencer a PSP a deixar o animal mais dois ou três dias por ali, para que possamos ter mais tempo para lhe encontrar um dono.
É uma cadelinha nova (deve ter um ano), com uns olhos castanhos amêndoados de quebrar o coração, é de porte médio e arraçada de boxer. Só quer festas e mimos e com certeza será uma óptima companhia numa família com crianças. Já a levámos ao veterinário e tirando o cansaço por andar errante há vários dias, está de óptima saúde.
Se conhecerem alguém que possa estar interessado agradeço que me contactem ou aqui ou para o meu email.

quarta-feira, agosto 22, 2007

A dupla face do Estado em relação às medicinas alternativas


Sou paciente de Medicina Tradicional Chinesa (e acupunctura na sua valência mais conhecida) há quase 20 anos e não deixo de me surpreender e de me indignar com o que vou encontrando no mundo das medicinais naturais ou não convencionais: Em relação aos preços que já se praticam e à falta de credenciação dos profissionais.
Esta última preocupa-me sobremaneira. Não raras vezes vou tomando conhecimento de casos de reconhecida falta de competência técnica praticados por curiosos que, com umas semanas de "curso" de acupunctura, se julgam aptos a exercer medicina, fazendo diagnósticos e prescrições de cordel. O resultado está bom de ver.
O Estado tem, neste aspecto, uma enorme responsabilidade, ao tardar em legislar. Mesmo o reconhecimento recente da acupunctura (apenas a acupunctura e não o conjunto de valências das medicinas não convencionais) perdeu qualquer eficácia, pois, quase dois anos depois, a lei continua por regulamentar. Como, perante a ausência de Lei tudo é legal , em última análise o mais prejudicado é sempre o consumidor, sendo que o consumo tem a ver directamente com a nossa saúde.

Há, contudo, uma face desta moeda, mais hipócrita ainda. É que o mesmo Estado que não legisla, arrecada 21% relativo ao IVA, em todas as consultas de medicina alternativa e não permite que os pacientes (consumidores) abatam essas consultas no seu IRS.
É preciso ter-se noção que o Estado português recebe exactamente a mesma coisa sempre que uma pessoa vai a uma consulta de medicina natural ou que compra um pneu, por exemplo.
Mas existe aqui uma clara noção de desigualdade em relação à medicina convencional (alopática) e até em relação à enfermagem. É que ambas estão isentas de IVA. Portanto, quando eu pago 90 euros por uma consulta de especialidade médica (otorrino, cardiologia, psiquiatria, etc), esse valor vai integralmente para o bolso do médico. Mas quando pago 70 euros por uma consulta de medicina tradicional chinesa, 12,14 euros vão para o Estado e só o remanescente para o médico.
Se, como na medicina alopática, as medicinas não convencionais estivessem isentas de IVA, talvez o preço das consultas não fosse tão caro e permitisse, em verdadeira igualdade, que o paciente escolhesse como quer ser tratado.
Há muito boa gente que receia a chegada desse tempo e por isso continua a fazer pressão para que esta situação se prolongue ad eternum.
E quem se lixa, como sempre, é o elo mais fraco.

terça-feira, agosto 21, 2007

O meu aristocrático gato



O Gaspar hoje não fugiu da fotografia. Pedi-lhe de mansinho que não se mexesse e lá me fez o favor de pousar para a máquina. Gosto de acreditar que foi por mim e não pelo calor do Sol a bater por detrás da vidraça.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Tua vai reabrir

A Refer garantiu que a Linha do Tua vai reabrir em Outubro, na sua totalidade, depois de concluídos os trabalhos de recuperação da via, na sequência do grave acidente de Fevreiro, no qual morreram três pessoas.
Ainda decorrem os estudos geotécnicos e morfológicos do local, que irão tentar apurar as causas do acidente, para prevenir acidentee semelhantes.
Para já fico contente com a intenção de reabir e não de matar, definitivamente, uma das mais belas linhas férreas do mundo.

Os radares como nova política municipal

No final do primeiro mês de actividade os radares instalados em algumas artérias de Lisboa «renderam» 3,8 milhões de euros, correspondentes ao valor das 64 mil infracções registadas - a uma média de duas mil por dia.
Mas nesta história dos radares (cuja opção foi tomada pelo anterior executivo camarário), sinceramente, não deixo de pensar que por muito nobres que fossem os interesses da cidade - e a prevenção rodoviária deve ser, sem dúvida, motivo de cuidada preocupação municipal - a CML fez um favor ao governo, a quem estão acometidas as responsabilidades de fiscalização rodoviária.
A câmara poupou à administração central o avultado investimento na aquisição dos radares, envolveu-se numa demorada complicação burocrátcia que rodeou a entrada em funcionamento dos mesmos e ainda ficou com o ónus de ver os seus prestimosos cidadãos enfurecidos com a ideia - nalguns casos justa - de que enveredou pela caça à multa.
A troco de quê, já que 60% da receita da infracção vai para o Estado e apenas o restante para a autarquia que fez o investimento.

As opções políticas são sempre questionáveis, mas sinceramente com o dinheiro que foi gasto creio que a autarquia poderia e deveria ter feito muito mais pela mobilidade em Lisboa. Bem mais nos limites das suas competências próprias.

E contínuo a achar que é de bradar aos céus a existência de um limite de velocidade de 50 Km/h no viaduto do prolongamento da Avenida dos Estados Unidos da América. Nesse caso em concreto, que conheço bem, esse limite só serve mesmo como instigador do acidente.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Corações Selvagens

Um dos dois momentos cinematográficos da minha vida. O durão Nicolas Cage em cima do capô jurando amar com ternura. (É evidente que dispensávamos bem a legendagem brasileira, mas foi o melhor que encontrei.
1986. Coração Selvagem


  • Love me Tender
  • Always

    Em tributo à memória de Elvis Presley.

    Maybe I didnt treat you
    Quite as good as I should have
    Maybe I didnt love you
    Quite as often as I could have

    Little things I should have said and done
    I just never took the time
    You were always on my mind
    You were always on my mind

    Tell me, tell me that your sweet love hasnt died
    Give me, give me one more chance
    To keep you satisfied, satisfied

    Maybe I didnt hold you
    All those lonely, lonely times
    And I guess I never told you
    Im so happy that youre mine

    If I make you feel second best
    Girl, I'm sorry, I was blind
    You were always on my mind
    You were always on my mind

    Letra e Música de Wayne Thompson, Mark James e Johnny Christopher
    Imortalizado na voz do King e também cantado (e bem) pelos Pet Shop Boys

    quarta-feira, agosto 15, 2007

    Tranças




    E à tarde decidi que devia promover um tempo de qualidade para mim e para os meus animais. Foi dia de pentear o Tejo e o Gaspar. Ficaram ambos mais magros e a casa mais limpa.




    A compota no ponto certo


    As pequenas maçazinhas verdes tinham um aspecto delicioso. À primeira dentada, porém, mostraram bem a acidez da sua têmpera. Percebi logo porque motivo as lagartas não os tinham visitado e os pássaros não os tinham bicado.

    Para grandes males, grandes remédios. Depois de duas horas a descascá-los e a cortá-los em lascas, coloquei-os aos lume. Para combater a acidez, optei por lhe juntar uns pêssegos melados. O resultado foi uma compota que de tão extraordinária até a mim me surpreendeu, por ignorar ser capaz de fazer coisas tão saborosas.
    As próximas são as pêras, já saboreadas pelos pássaros o que auspicia sabores açucarados.

    (Bem sei que ainda não estamos no Outono e fazer compotas agora parece um bocado fora de época, mas em compensação esteve a chover toda a santa manhã, portanto acho que ajudou à cozedura da fruta. Além disso consegui aromatizar a casa toda com o cheiro da compota).

    terça-feira, agosto 14, 2007

    Vestir a camisola

    Durante a década de 90, não havia organização que, face aos novos desafios dos mercados e à pressão da concorrência, não pedisse aos seus funcionários para vestirem a camisola da empresa. Fazia-se da união da energia positiva, forças para encarar todos os embates.
    As dificuldades económicas sempre presente, visíveis ou invisíveis, e a necessidade de manutenção dos postos de trabalho eram os argumentos justificativos. E os melhores tempos que haviam de vir eram a cenoura à frente do nariz.
    Nesse tempo e por muito tempo - tempo demais que levou muitos a deixarem de acreditar - o suor da camisola era o único consolo da esperança, ajudando a organização e mantendo o posto de trabalho, abdicando lentamente de direitos laborais e até sociais.
    Acreditava-se que tínhamos a camisola vestida e um dia percebemos que a camisola perdera a cor.

    Aceito o repto

    Pronto! Lá estão as maravilhas mais maravilhosas da minha vida. Curiosidades satisfeitas?

    As sete maravilhas

    Correspondendo ao desafio das Partilhas Secretas, da Ninas, aqui ficam então as Sete Maravilhas da minha vida.
    1 - A Paula, guardadora de esperanças e de sonhos, fiel companheira de todos os momentos
    2 - O Daniel, comandante da maior revolução da minha vida
    3 - Os meus. A família, os amigos, os conhecidos, responsáveis principais pela construção da pessoa que sou, que me privilegiam todos os dias pela sua presença na minha vida, independentemente do tempo e da distância.
    4 - As mãos fortes e grandes do neurocirurgião Carlos Alegria
    5 - Os meus bichos
    6 - Os Açores
    7 - A minha fé de conseguir, até ao fim dos meus dias, ver o copo sempre meio cheio

    E o desafio, para que exponham as suas maravilhas sentidas, parte de mim para:

    Cavaleiro Templário
    O caminho fica longe
    Flor de Lótus
    Jardinando sem parar
    Psicoarte
    Pensamentos
    Riso Cor de Tejo


    (Compreendo perfeitamente as razões de quem não queira aderir e não fico nada aborrecida com isso).

    Desafios

    A Ninas, que é danada para a brincadeira, e que me honra com a sua presença na minha casa, desafiou-me a partilhar as sete maravilhas da minha vida. Confesso que a minha primeira reacção foi recusar. A minha fobia social, acentuada com o passar da idade, assim o ditava.
    Ciosa do meu espaço individual, não aprecio este tipo de jogos. Reservo-me aos meus pensamentos e às minhas pessoas que, por escolha própria, têm a obrigação de me aturar.
    Mas, por outro lado, a minha cortesia logo me lembrou que não bebera chá com um garfo, em pequenina, e, como tal, deveria aceitar tão simpático convite.
    Vencida a fobia social pela cortesia, dei por mim a pensar na obrigação de seleccionar as minhas sete maravilhas. Primeiro, pensando: tenho lá agora sete maravilhas, quando muito duas ou três e já chegam. Depois, percebi que, afinal, já iam em dez assim de uma assentada e já sentia chegar nos confins da memória mais umas quantas. E agora estou para aqui às voltas com a necessidade de seleccionar apenas sete.
    Não gosto de agradecer aos amigos, Ninas, mas agradeço-lhe sinceramente, nestes tempos difíceis que correm, ter-me posto a pensar.

    sexta-feira, agosto 10, 2007

    Sarilhos electrónicos

    O blog voltou-se contra mim e não publica o que eu quero.

    Feitios


    Há pessoas que conseguem ter um feitio pior do que o meu (sempre disse isso aos meus pais). Mas isso tem tanto de espantoso como de decepcionante.

    quinta-feira, agosto 09, 2007

    Trabalhar muito e dormir mal

    Nas minhas leituras atrasadas descobri outra notícia interessante. Vem também dos Estados Unidos da América, onde um estudo revelar que quem trabalha horas a fio e não consegue descansar uma boa noite de sono (tipo advogados e assim...) está em risco de tomar más decisões durante o dia. E as decisões erradas, como se sabe, podem ter consequências graves.

    Turismo dos tempo modernos

    Uma empresa da Califórnia está a promover cruzeiros à Gronelândia para que os turistas possam ver, ao vivo e a cores, as provas do aquecimento global. A mim, também me parece que é pagar para ver o gelo a derreter. Entre 4000 e 5000 euros.

    quarta-feira, agosto 08, 2007

    Estou indecisa

    Não sei se vá por aqui,




    Ou por aqui


    Viver devagar

    Gosto de viver devagar, mesmo que aja com pressa. Gosto do movimento "slow" por tudo o que ele representa e nos obriga a reflectir. Gosto de estar com amigos, horas a fio. Gosto de trabalhar com tempo. Gosto de pensar e de decidir, com calma e ponderação.
    O tempo e o lugar ajudam, mas a cultura "slow" começa na pessoa e na maneira de se encarar a si e aos outros.
    Saboreamos mais. E vivemos mais e mais intensamente. De bem com a vida.

    terça-feira, agosto 07, 2007

    Pelas margens frescas do Homem, no Gerês

    O Rui Barbosa está a organizar aquele que poderá ser o seu último passeio organizado às Minas dos Carris, no Gerês. É no dia 18 de Agosto e os interessados em participar só têm de o comunicar por email.
    "(...)A Caminhada Histórica às Minas dos Carris tem como objectivo dar a conhecer aquele canto singular do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A participação nesta caminhada não tem qualquer custo de inscrição mas o número de pessoas a incluir no grupo tem de ser necessariamente limitado. Quem desejar participar ou obter mais informações deverá enviar um e-mail para rcb@netcabo.pt.
    A proposta que é feita é a de juntar um grupo de pessoas que estejam interessadas em caminhar o Vale do Alto Homem e percorrer as ruínas do antigo complexo mineiro de Carris e das Sombras. Como ponto extra poderemos adicionar uma ida ao ponto mais alto da Serra do Gerês, o Pico da Nevosa, caso haja tempo para tal.
    O programa proposto é o seguinte:

    7.00 - Concentração em Braga em frente à Bracalândia.
    7.15 - Saída em direcção às Caldas do Gerês.
    8.00 - Pequeno-almoço nas Caldas do Gerês (Café Ramalhão).
    8.30 - Saída em direcção à Portela do Homem.
    9.00 - Início da caminhada até às Minas dos Carris.
    12.30 - Chegada às Minas dos Carris. Almoço. Visita às ruínas das Minas dos Carris.
    16.00 - Regresso à Portela do Homem pelas Minas das Sombras.
    20.30 - Regresso a Braga.

    O regresso pelas Minas das Sombras só será feito se as condições físicas e meteorológicas o permitirem!

    A dor de Timor

    É extraordinário o que se passa em Timor. E mais extraordinário o silêncio português. Um partido ganha as eleições e o presidente convida os derrotados para formarem governo. Será uma espécie de nova democracia ou teremos de voltar a pôr paninhos brancos nas janelas?

    Nostalgias de Verão II

    O mais belo poema em língua portuguesa, escrito pelo José Carlos Ary dos Santos e imortalizado na voz do Carlos do Carmo.

    Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
    Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
    Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
    Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
    Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
    E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
    Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste, o sol amanhecia
    Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

    Meu amor, meu amor
    Minha estrela da tarde
    Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
    Meu amor, meu amor
    Eu não tenho a certeza
    Se tu és a alegria ou se és a tristeza
    Meu amor, meu amor
    Eu não tenho a certeza

    Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
    Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
    Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
    E da estrada mais linda da noite, uma festa de fogo fizeram
    Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
    Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
    Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
    E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

    Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
    É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
    Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
    Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

    Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

    Nostalgias de Verão

    Enquanto foi só um bom momento deu
    Enquanto foi só um pensamento meu
    Deus, deu só num caso forte a mais.
    Enquanto se achava graça ao que se escondeu
    E a horas eram mais longas do que a verdade
    Fez p'ra ser só outro caso mais.
    Enquanto for só ter nura de Verão
    Eu vou,
    Enquanto a excitação der para um carinho
    Eu dou.
    Traz uma leveza
    Ah, mas concerteza
    Eu dou
    Um outro melhor bom dia.
    Já trocámos nortadas por vento sul
    Enquanto demos risadas foi-se o azul
    Nem sei qual deles foi azul demais.
    Mas não ficará só a sensação de cor
    Nem sei o que o coração irá dizer de cor
    Se o Inverno for, depois, duro demais.

    Trovante, Um caso mais

    Foi sem mais nem menos
    Que um dia selei a 125 azul
    Foi sem mais nem menos
    Que me deu para abalar sem destino nenhum
    Foi sem graça, nem pensando na desgraça
    Que eu entrei pelo calor
    Sem pendura, que a vida já me foi dura
    P´ra insistir na companhia

    O tempo não me diz nada
    Nem o homem da portagem na entrada da auto-estrada
    A ponte ficou deserta nem sei mesmo se Lisboa
    Não partiu para parte incerta
    Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar
    Sem paredes, sem ter portas nem janelas
    Nem muros para derrubar
    Talvez um dia me encontre
    Assim talvez me encontre
    Curiosamente dou por mim pensando onde isto me vai levar
    De uma forma ou outra há-de haver uma hora para a vontade de parar
    Só que à frente o bailado do calor vai-me arrastando para o vazio
    E com o ar na cara, vou sentindo desafios que nunca ninguém sentiu
    Talvez um dia me encontre
    Assim talvez me encontre

    Trovante, 125 Azul

    Lembras-me uma marcha de lisboa
    Num desfile singular,
    Quem disse, que há horas e momentos p´ra se amar
    Lembras-me uma enchente de maré
    Com uma calma matinal
    Quem foi, quem disse
    Que o mar dos olhos também sabe a sal
    As memórias são como livros escondidos, no pó
    As lembranças são os sorrisos que queremos rever, devagar
    Queria viver tudo numa noite, sem perder a procurar
    O tempo, ou o espaço
    Que é indiferente p´ra poder sonhar
    Quem foi que provocou vontades
    E atiçou as tempestades
    E amarrou o barco ao cais
    Quem foi, que matou o desejo
    E arrancou o lábio ao beijo
    E amainou os vendavais

    Trovante, Memórias de um beijo

    A insustentável leveza das saudades

    O meu Dani está, pela primeira vez, numa colónia de férias e a casa, de repente, ganhou a dimensão de uma mansarda. Se não me ponho a pau, a sopa ainda chega fria à sala.

    domingo, agosto 05, 2007

    Chover, de repente, em Agosto

    Ontem, pouco antes da noite chegar, assim de repente, abateu-se sobre a cidade uma chuva forte, que arrefeceu o chão e deixou no ar um leve aroma de terra molhada.
    Gosto das refrescantes chuvas de Agosto, mas recordo-me que, quando era garota, costumavam chegar mais para o final do mês.
    Cinco minutos depois da chuva passar ficou tudo seco. E a tempo de o dia impôr os últimos raios de Sol, por cima da Ponte Vasco da Gama, antes da chegada de uma Lua vermelhona a deixar de ser Cheia.
    Foi à beira do meu Tejo. O cão e o rio Grande.

    O verde dos Jacarandás

    Estão frondosos de verde os Jacarandás neste início de Agosto. E com esforço ainda vislumbramos em algumas árvores da Barata Salgueiro alguns cachos de lilázes poupados aos ventos de Verão. Para matar saudades da explosão de Maio e Junho.

    sábado, agosto 04, 2007

    Sofrimento psicológico

    Mais de um quarto dos portugueses (27,6%) com mais de 15 anos padece de sofrimento psicológico e mais de 12% das pessoas admitiram ter problemas de saúde mental (depressão ou ansiedade crónica). Os dados são revelados hoje pelo jornal Público e assentam nos resultados do último inquérito nacional de saúde. Mas aqui também se diz que mais de metade da população (53,2%) considera o seu estado de saúde como muito bom ou bom, que continua a aumentar a proporção de pessoas que afirmaram ter ingerido bebidas alcoólicas no último ano e que foram as mulheres que mais contribuíram para esse aumento.
    São números curiosos estes.
    O sofrimento psicológico é silencioso e, como a ferrugem, vai corroendo todas as esperanças, todas as vontades. É alicerçado num dia-a-dia de desilusões, de contrariedades, de stress permanente e angustiante, passando pela apatia do encolher de ombros e do já não querer ver. Amigos médicos têm-me dado conta da quantidade de pessoas que aparecem no consultório com um qualquer queixa física quando, de facto, o único mal de que padecem é não terem quem os escute.
    Precisamos de falar e há cada vez menos quem nos queira escutar. Com o tempo sempre em conflito com a nossa vontade.

    sexta-feira, agosto 03, 2007

    Espanto


    Praia da Foz, Sesimbra