segunda-feira, agosto 24, 2009

As arribas e as derrocadas

Quando acontece uma tragédia é natural que nos preocupemos em saber o que aconteceu.
Existe também uma natural apetência para identificar culpas, porque temos muita dificuldade em aceitar as desgraças.
O que aconteceu na praia Maria Luísa, que eu costumo frequentar, foi uma miserável tragédia. Eu não sei se, como diz o Ministério do Ambiente, se as arribas foram fiscalizadas uma semana antes. Eu não sei se o sismo ao largo de Faro, três dias antes, não teve qualquer influência na instabilidade do rochedo. O Instituto de Meteorologia diz que não há forma de estabelecer a relação causa-efeito. Também não diz o contrário.
Também não percebo porque arriscamos tanto.

Há uns anos, a governadora civil de Setúbal, Teresa Almeida, agora candidata a presidente da câmara municipal, mandou interditar a praia da Figueirinha, porque o risco era flagrante e nenhuma autoridade tinha coragem para fazer o óbvio.
Como raramente acontece, a governadora civil deu uma conferência de imprensa, acompanhada pelo presidente de câmara, Carlos Sousa, para explicar a decisão.
Foi criticada por quase todos.
O que é certo é que foi com a sua decisão de interditar a praia que o problema foi resolvido. O Ministério do Ambiente agiu e as Estradas de Portugal mexeram-se.

Fica a notícia do Publico de 30.05.2005.

Vejo hoje no mesmo jornal que vários autarcas lamentam a inépcia das autoridades quando toca a decidir. Provavelmente têm razão.
Mas será que não podiam fazer mais? Bastará dizer que a responsabilidade não é deles?

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