quinta-feira, janeiro 18, 2007

Encolher a cidade para escapar à multa


O 24 horas trazia ontem uma notícia espantosa, depois repescada pelo Observatório do Algarve sem fazer referência à notícia original: Um dia depois de o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira ter sido apanhado em excesso de velocidade (78 km/h) na recta que dá acesso à sua cidade, a placa indicativa de inicio de localidade - na frente da qual só se pode circular a 50 Km/h - avançou 150 metros, fazendo com isso encolher os limites administrativos da cidade de Quarteira.
O sr. presidente da Junta, Horácio Piedade, garante que só falou com o vereador do Trânsito na Câmara de Loulé, desabafando sobre a injustiça da multa (quando nos toca, dói à brava...). Além de não ter competências para o fazer, garante não ter sido ele a mandar encolher a cidade.
Solidário, o sr. presidente da câmara de Loulé, Seruca Emidío, veio a público (honra lhe seja feita) reconhecer que tinha sido a Câmara, por determinadação sua, a fazer a alteração e explicou ter sido uma coincidência a alteração dos limites admnistrativos da cidade, logo a seguir à multa por excesso de velocidade do sr. presidente da Junta de Quarteira. Explicou Seruca Emídio que a medida foi ponderada e decidida devido aos inúmeros protestos de cidadãos incautos que ali são apanhados em excesso de velocidade. As queixas pelos vistos eram muitas, tal como muitos eram os cidadãos que, ao entrar na cidade, ali circulavam a mais de 50 km/h.
Agora, durante mais 150 metros,graças à ponderada medida camarária, os quarteirenses poderão circular a 90 km/h.
A GNR, diz o jornal, ficou indignada e apresentou queixa ao Ministério Público.
Confesso não saber ao certo, mas vou-me informar, se as placas indicativas de cidade são assim como os marcos cadastrais para delimitação dos terrenos rústicos. Vou averiguar, porque se assim for, não é uma violação administrativa mas sim um crime promovido por uma entidade pública. O que não deixa de ter a sua piada, convenhamos.
Mas partilho aqui uma outra apreensão: o sr. presidente da Junta de Quarteira, Horácio Piedade, justificou-se dizendo que ia com pressa para uma reunião na câmara municipal. Ia, portanto, em serviço público. Assim, será de esperar que a coima inerente ao excesso de velocidade seja apresentada para cobrança à Junta de Freguesia? Será????
Não sei em que rúbrica a poderá o sr. presidente da Junta cabimentar, mas do pouco que conheço do POCAL não me lembro de ter visto qualquer rúbrica para coimas. Falaremos de despesas de contexto ou de representação?
Espero sinceramente que a Assembleia de Freguesia de Quarteira esteja atenta à aprovação das contas de 2007 da Junta de Freguesia.

2 comentários:

Pedro Salgueiro Maia disse...

ESTA NOTICIA É FALSA, ISTO PASSOU-SE NO CONCELHO DE LOULÉ E NAO NA CIDADE DE QUARTEIRA, AS PLACAS DA CIDADE CONTINUAM NO MESMO SITIO, ONDE SEMPRE ESTIVERAM.

Coca disse...

Não sei se a notícia é falsa, mas devo-lhe dizer que faço mais crédito nos pormenores que li no jornal, do que na sua mera opinião (para sustentar que a notícia é falsa, devia dar mais pormenores, não lhe parece?)
Já agora, pelo seu comentário, até se poderia pensar que a cidade de Quarteira não pertence ao concelho de Loulé. Mas, como ambos sabemos, pertence. Portanto poderá explicar melhor o que quer dizer? Quanto às placas estarem no mesmo sítio, veremos se é essa a interpretação do Ministério Público.
E, por último, se não se importar, da próxima vez que me honrar com um comentário seu aqui, peço-lhe o favor de utilizar a letra minúscula (ou caixa baixa como se diz nos jornais), é que para manifestarmos a nossa opinião não é preciso gritar, mesmo escrevendo.