quinta-feira, abril 13, 2006

Três pecados

O Vaticano encontrou hoje três novos pecados: o consumo excessivo da Internet, da televisão e dos jornais. E eu, pecadora, confesso a minha concordância com as primeiras três palavras, nunca as relacionando, porém, com os valores morais e sagrados, mas com a liberdade individual. O Vaticano, do meu ponto de vista, não tem razão em elevar ao nível de pecado a evolução. Não me parece que o meu Deus critique a facilidade de comunicação e a aproximação entre povos que a Internet nos trouxe, ou que pasme perante as blasfémias que, diariamente, nos chegam pela televisão, que também permitiu a divulgação massiva da imagem. Também não creio que o meu Deus se sinta repugnado com a leitura dos jornais, que permitem a divulgação de actos e de acontecimentos que, de outra forma, não seriam conhecidos.
Não. O Meu Deus, Aquele que vive comigo e Me protege e Me encoraja, Me dá alento nos momentos difíceis, não se incomoda quando eu leio jornais, vejo televisão ou procuro saber mais utilizando a Internet. Mas o meu Deus, isso sim sinto-o, incomoda-se, quando passo tempo demais a ler jornais, a ver televisão ou a consultar a Internet. Deixando de ver e perceber outras coisas. Quando exagero na dosagem do meu tempo.
Mas para esse reconhecimento não era preciso que o Vaticano enumerasse a televisão, os jornais ou a Internet como pecados. Bastava, e tão só, que alertasse para os excessos. Esses sim, capazes de cercear as nossas vontades e de tolher a nossa liberdade de escolha.
Porque insiste o Vaticano em não aceitar a evolução e se preocupa em alastrar os valores sagrados, a coisas que não tem moralidade nenhuma. Porque não tem de ter.

1 comentário:

S.L. disse...

Mas há mais. O Vaticano anunciou, julgo que no mesmo dia, uma lista de novos pecados, entre eles o excesso de velocidade. Portanto, analisando friamente as coisas, já cheguei à conclusão que vou direitinha ao inferno. Para mim já não há perdão, tão-pouco salvação. Mas digo-te, vou parar ao inferno, sim vou, mas vou saciada.