Mais uma vez essa ilustre figura da segurança rodoviária, de seu nome José Trigoso, foi à Assembleia da República dizer que não vê vantagem na redução da taxa de alcoolemia para diminuir a sinistralidade rodoviária. Fica-lhe bem. Afinal, sempre é o presidente dessa grande instituição chamada PREVENÇÂO RODOVIÁRIA PORTUGUESA que, como se sabe, é um organismo com uma acção extraordinariamente eficaz na sensibilização dos condutores para evitarem comportamentos de risco. Durante anos a fio, a PRP viveu declaradamente à conta dos subsidios do Estado. Agora ainda vive mas, pelo menos, foi obrigada a apresentar projectos e a concorrer com outras associações. Mesmo no reino da eficácia é preciso parecer...
O que não deixa de ser espantoso é o sr. Trigoso continuar a fazer tábua rasa de todos os estudos cientificos e dizer com toda a propriedade da sua experiência de saber feito que conduzir com 0,2 g/l ou 0,5 g/l é a mesma coisa.
É mesmo má vontade caramba... Como se fossem as garrafas a atirar-se com violência sobre as árvores na beira da estrada.
O que impressiona já não é a opinião do sr. Trigoso: Já nos habituámos. O que impressiona é mesmo o desgraçado País onde senhores Trigoso se eternizam à frente de instituições subsidiadas pelo Estado, cuja existência serve exclusivamente para branquear as politicas típicas do faz-de-conta-que-fazemos-mas-estamos-quietos.
Já estamos mesmo fartos. Com uma Prevenção Rodoviária assim bem podemos estar descansados, afinal a quem é que interessa saber que no dia 21 de Novembro de 2001, na Póvoa de Santa Iria, um rapaz de 16 anos foi abalroado mortalmente por um condutor alcoolizado. A ninguém, é evidente. Teve azar, foi o que foi.
Como se sabe, os acidentes de viação são um fatalismo que só acontece aos outros, os quais resultam da conjugação astral de uma série de factores inexplicáveis cujos mais improtantes são: Estar no sítio errado, na hora errada, o nosso Anjo da Guarda ter ido fazer xi-xi, não termos visto o carro, a árvore ou a parede, termos visto o o carro, a árvore ou a parede mas não termos tempo de fazer nada.
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