quinta-feira, maio 22, 2008

Afundar a economia, por sistema gota a gota

A gasolina voltou a aumentar hoje, pela segunda vez nesta semana. Num dia em que correntes de mensagens de sms e email apelam ao não abastecimento nos postos da Galp e da BP, para contrariar a alegada cartelização (acordo na fixação de preços) das duas companhias.
Ficamos a conhecer, através da Agência Lusa, que nas terras de fronteira quase ninguém usa os postos de combustíveis portugueses. Empresas transportadoras poupam até 500 mil euros ano, só por abastecerem os seus camiões em Espanha. São 500 mil euros que se não ajudam a criar, ajudarão por certo a manter empregos numa zona a todos os títulos abandonada pelo Poder Central.
Acontecesse nas cidades do litoral, o que já está a acontecer nas fronteiras, e há muito que a Galp e a BP teriam descido os preços, sem se desculparem com o valor da carga fiscal que pesa sobre o litro dos combustíveis.
É nas cidades do litoral - onde as correntes de solidariedade são difíceis de implementar - que vive a maior parte das pessoas. E, desgraçadamente, não compensa para os cidadãos de Lisboa ou do Porto, ir a Espanha abastecer o depósito.
Bem pode Ferreira de Oliveira, administrador da Galp, pedir ao Estado que reduza os impostos sobre os combustíveis, desresponsabilizando a sua empresa e sacudindo a água do capote da responsabilidade social, porque daqui a uns meses as receitas do abastecimento irão cair a pique e com elas todos os sectores de produção da economia nacional.
As pessoas já não podem pagar (veja-se a diminuição da circulação rodoviária) e as empresas estão no limite. É a asfixia da economia nacional: gota-a-gota.

1 comentário:

Pisca disse...

Coca

Demoraria algum tempo a falar a questão, trabalhei no sector só 12 anos, mas o Eugénio Rosa diz muito melhor

http://resistir.info/e_rosa/precos_combustiveis_2008.html