A segunda floração anual dos Jacarandás já começou este ano. É uma floração tímida, nada comparável com a floração de Maio e Junho, mas ainda assim é bonito de ver pequenos cachos de flores lilases salpicadas no meio do verde das folhas.
Esta floração dos Jacarandás deveria acontecer apenas em Novembro. E isto obriga-me a pensar na alteração dos ciclos de vida das espécies.
O aquecimento global, agora colocado nas agendas políticas pela pressão mediática de Al Gore, não é uma ficção e surge transmudado em diferentes performances. Uma delas é a alteração do ciclo de vida.
Fui ver o documentário "Uma Verdade Inconveniente" e confesso que me deu calafrios ver o que está a acontecer. Poderão alguns, optimistas como eu, dizer que o ritmo da destruição do Planeta é lento, muito lento. Mas isto não é mais do que um paliativo com o qual pretendemos adormecer as nossas consciências. Não temos filhos? Não temos netos? Por quanto tempo continuaremos a hipotecar a esperança e a vida, a troco da manutenção dos interesses económicos?
Bem sei que o superpovoamento da espécie humana obriga à criação de mais e mais empregos, e que em busca do lucro as necessidades económicas não se compadecem. A velha máxima da economia "gerir necessidades crescentes, com recursos escassos" parece sucumbir de forma cada vez mais evidente às tenazes do capitalismo desenfreado. É este o caminho? A necessidade de criar e manter empregos, onde prevaleça o status quo do desenvolvimento económico, justificam as atrocidades ambientais? E de que servem depois as caridosas políticas distributivas de alimentação e as ajudas humanitárias?
Temos de pensar nisto. E de fazer alguma coisa já. Lá em casa, com a reciclagem, é um bom princípio, mas não chega. Precisamos de mudar de atitude.
segunda-feira, outubro 09, 2006
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1 comentário:
"É preciso que tudo mude para que tudo fique igual." (Giuseppe de Lampedusa)
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