Oiço agora um jornalista de um dos canais televisivos dizer que o comandante dos bombeiros - que estava na Estação do Tua - apeadeiro da Linha do Douro e estação terminal da linha do Tua - foi, num vagão de assistência, até ao local do acidente. E que essa é a única forma de lá chegar.
Pois é. Apesar de todas as tentativas de acabar com linhas férreas em Portugal, nos últimos 20 anos, ainda há muito locais neste País onde só chega o comboio.
Espero, sinceramente, é que este acidente não dê o pretexto ao Terreiro do Paço para encerrar de vez a Linha do Tua. É que a última vez que se falou niso foi em Julho do ano passado.
E para os mais distraídos devo lembrar que a Linha do Tua era, há 20 anos, a maneira mais rápida de chegar a Bragança.
Depois, quando lá chegou o IP4 - essa maravilhosa estrada de montanha com o pavimento cheio do sangue dos mártires em acidentes rodoviários - o Terreiro do Paço encontrou o pretexto para acabar com metade da Linha do Tua, justamente a que ligava Mirandela a Bragança. Mesmo com o complexo industrial do Cachão desactivado falaram mais alto as vozes dos autarcas e manteve-se o troço Tua/Mirandela. Mas volta, não volta, surgem os rumores de que não é rentável, que não serve ninguém e tem custos de manutenção enormes.
Bem aventurados esses autarcas.
2 comentários:
Será concerteza um pretexto para encerrar de vez a Linha do Tua.
Há dois países dentro de Portugal.
Apesar de existirem pessoas que comodamente encarem este caso como um pretexto para encerrar a linha - falando de enormes custos de manutenção (provavelmente não sabem quanto gasta por ano o Gabinete do Ministro) ainda há que pense que aqui há demasiadas coincidências. Não existiram acidentes quando ali passava um comboio pesado 5 vezes por dia em cada sentido. Agora, que se fala em barragem e que passam automotoras ligeiras é que os desabamentos acontecem e como tal acontecem acidentes.
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