quarta-feira, março 14, 2007

Conversa de émeis

A D. Natalina tem um café. É uma longa história que fica para outra altura. O importante agora é que ela tem um café, um café de bairro, aqui para os lados de Sete Rios, próximo do Terminal de Camionagem, do Comboios, do Metro, dos Autocarros e do Instituto Português de Oncologia. Como se pode verificar, a D. Natalina tem um café numa zona de muito movimento e onde as pessoas chegam e partem, fazem visitas e ARRUMAM OS CARROS.
Sendo, como está visto, uma zona de muito movimento e de estacionamento (pago, claro!), há também muitos «rapazes» da Emel a vistoriarem se todos cumprem a Lei e a bloquearem os carros quando se verifica a mínima infracção. E fala-se de mínima infracção porquê?
Atente-se a esta conversa de café:
1º Emel: … Aqui, nós bloqueamos logo! Não deixamos aviso nenhum, nem há papéis para ninguém!
2º Emel: E não temos culpa se há outras zonas da cidade em que deixam avisos. Temos novas competências e bloqueamos e já está!
3º Emel: Se as pessoas têm mais sorte numas zonas, podem ter mais azar noutras. Na nossa, têm sempre azar! E é pagar logo para desbloquear!

Uma senhora, que igualmente tinha estado a tomar café, sugeriu, discretamente, se «isso não favorece a corrupção?! Sempre é mais barato dar qualquer coisa do que pagar o desbloqueamento!»

Mas, à sugestão, os émeis foram completamente surdos. Como são cegos a quem demorou mais cinco minutos, ou foi ver um doente, ou sofreu um atraso no transporte público…

Fica, assim, clara a formação (profissional?) dos émeis da nossa Lisboa que, com novos poderes, cada vez se sentem mais acima da Lei.

1 comentário:

TG disse...

Peço desculpa, mas não concordo nada consigo. Acho muitíssimo bem que os émeis multem e bloqueiem os carros que não pagam ou estacionam em cima de passeios e em segunda fila. Temos de começar a andar menos de carro e mais de transportes públicos. E, se possível, a pé. Irrita-me muito mais ir num passeio e ter de me desviar para passar do que as multas e bloqueios dos émeis. Até que enfim que eles têm poderes para o fazer. Já que polícia não faz cumprir a lei, que sejam eles. Pode ser que os lisboetas e os suburbanos passem a ser mais cívicos... à força!