Vi no outro dia, num jornal qualquer, que o governo australiano lançou uma forte campanha de publicidade visando cativar a população sénior - que entretento abandonou a vida activa e se reformou - a voltar às empresas. É verdade que são motivos económicos a pesar na implementação de novas políticas públicas. A falência do Estado keynesiano da solidariedade social é uma evidência e os sistemas de segurança social, criados para fazer face a uma esperança média de vida de 60/70 anos, não conseguem suportar esperanças de vida de 80 ou mais anos.
Mas este é tambem um novo paradigma social que se começa a impor e que combate a injustiça de atirar pessoas ainda activas e com muito para dar à sociedade para as margens dos dispensáveis.
Vivemos uma sociedade onde se é workaholic aos 30 anos, sénior aos 40 e dispensável aos 50. Que ganham com isto as organizações e quanto perdem? Já se contabilizaram as razões e as mais valias?
Será que um pedreiro aos 40 anos não dará um óptimo segurança aos 50? Ou um jornalista não dará um excelente professor?
É importante ter em conta que, a meio da vida activa, e por força do tal esgotamento dos wokaholic's, uma pessoa pode estar cansada do exercício de uma determinada profissão, mas ainda se sentir com força e dinâmica para encetar outros desafios.
São razões económicas que promovem as transformações sociais. Pois são, mas não será assim em nossas casas também? Em tempo de vacas gordas alguém perde tempo a olhar para a factura da água ou da luz ou para a hipoteca da casa? Isto já para não falar que a própria escravatura terminou apenas porque o senhor percebeu que lhe ficava mais barato pagar um salário miserável do que alimentar o escravo.
sexta-feira, março 09, 2007
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