Automobilistas mais zelosos e preocupados com as fotografias dos radares já se começam a mobilizar insultando todos os poderes administrativos contra os radares instalados em algumas ruas de Lisboa.
Tirando a parte do insultos, até poderia compreender. Há vias onde me parece, absolutamente idiota colocar radares de excesso de velocidade, caso do prolongamento da Avenida dos Estados Unidos da América, uma via sem acesso pedonal e em viaduto. Obrigar a circulação a 50 Km/h ali, parece-me não fazer sentido algum como, pelo contrário, fomenta uma situação de risco acrescido, porque toda a concepção da via, com separador central e três largas faixas de rodagem, induz a uma via de circulação rápida e de escoamento de tráfego.
Já tenho menos sensibilidade para perceber as críticas em relação a outros locais, percursos completamente urbanos, atravessados constantemente por peões.
É impressionante como algumas pessoas, pressionadas pelo valor do dinheiro, reagem contra as regras. Mas sempre fazendo passar uma aura de bom senso e de civilidade. Foi assim com o álcool, é assim agora com a velocidade. Há 1o anos morriam 2000 mil pessoas por ano em Portugal em resultado de acidentes. O Estado era acusado de não se preocupar e o acidente de viação era uma fatalidade que só acontecia aos outros.
Hoje morrem pouco mais de 1000 pessoas nas estradas e continuamos a ser dos condutores mais desregrados e mais indisciplinados.
Ainda não vi nenhum destes zelosos condutores, que se apressaram a assinar insultuosas petições online, preocupado com o facto de mais de mil e tal automobilistas terem sido apanhados a circular a mais de 80 km/h na Avenida Infante D. Henrique, por sinal uma das vias de Lisboa onde o índice de atropelamentos é maior.
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