Passo os olhos pelo mundo português em dia de greve geral e não deixo de me surpreender, por não encontrar surpresa nenhuma. Os sindicatos, suportados pelo sector público e dos transportes, falam em êxito. O governo, pela voz do ministro das Finanças, garante que o País não parou. E aqueles que - por força das suas convicções ou por se sentirem reféns do trabalho precário - não aderiram à greve enchem a boca com impropérios contra os comunistas que só pensam em fazer gazeta ao trabalho.
Eu não fiz greve, porque estou de férias. Se estivesse a trabalhar teria cumprido o meu dia de greve geral. Foi o que fiz da última vez, numa empresa onde só duas pessoas (comigo) fizeram greve.
E não fiz greve por não querer trabalhar, mas porque percebia as motivações da greve. Como esta. Percebo que atravessamos uma crise imensa, por culpa dos muitos governantes que nos governaram nos últimos anos (e não falo apenas deste governo). Percebo que a situação social que vivemos está a colocar famílias à beira do descalabro económico. Percebo que o Estado se quer furtar a muitas das suas obrigações sociais e percebo que caminhamos desiludidos. Por isso, somos presas fáceis do desencanto.
É ridículo ouvir o ministro Teixeira dos Santos dizer, à laia de legenda, que o País não parou. Era suposto que parasse? Uma greve geral é um sinal de alerta para qualquer governo democrático, por muito inconscientes que sejam os sindicatos. É um sintoma de que alguma coisa não está bem e deveria obrigar qualquer político consciente, senão a arrepiar caminho, pelo menos, a avaliar melhor algumas opções desastradas.
Hoje tentei ir arranjar o carro e a oficina estava fechada. Quis andar de Metro e nem entrei. Esperei quase uma hora por um autocarro. Mas tomei café como de costume, fiz compras.
Os sindicatos não estão isentos de culpa. O caminho não é este, pois não se pode continuar a continuar a impor as mesmas formas de luta de há cem anos sob risco de desmobilização colectiva, porque já ninguém acredita nos resultados.
Eu não fiz greve, porque estou de férias. Se estivesse a trabalhar teria cumprido o meu dia de greve geral. Foi o que fiz da última vez, numa empresa onde só duas pessoas (comigo) fizeram greve.
E não fiz greve por não querer trabalhar, mas porque percebia as motivações da greve. Como esta. Percebo que atravessamos uma crise imensa, por culpa dos muitos governantes que nos governaram nos últimos anos (e não falo apenas deste governo). Percebo que a situação social que vivemos está a colocar famílias à beira do descalabro económico. Percebo que o Estado se quer furtar a muitas das suas obrigações sociais e percebo que caminhamos desiludidos. Por isso, somos presas fáceis do desencanto.
É ridículo ouvir o ministro Teixeira dos Santos dizer, à laia de legenda, que o País não parou. Era suposto que parasse? Uma greve geral é um sinal de alerta para qualquer governo democrático, por muito inconscientes que sejam os sindicatos. É um sintoma de que alguma coisa não está bem e deveria obrigar qualquer político consciente, senão a arrepiar caminho, pelo menos, a avaliar melhor algumas opções desastradas.
Hoje tentei ir arranjar o carro e a oficina estava fechada. Quis andar de Metro e nem entrei. Esperei quase uma hora por um autocarro. Mas tomei café como de costume, fiz compras.
Os sindicatos não estão isentos de culpa. O caminho não é este, pois não se pode continuar a continuar a impor as mesmas formas de luta de há cem anos sob risco de desmobilização colectiva, porque já ninguém acredita nos resultados.
Hoje, a realidade das sociedades é outra, embora lutemos pelas mesmas esperanças. O esforço de renovação das lutas por uma sociedade melhor passará, indiscutivelmente, pelo movimento sindical, e pela sua excelente e solidária organização, em todos os aspectos, mas os sindicatos precisam de uma renovação cívica. Porque a civilização do operariado também ela já mudou.
2 comentários:
Concordo inteiramente. A forma de contestação tem de ser outra. Até a minha Mãe, sindicalista convicta, não fez greve! A minha profissão liberal não permite o exercício do direito à greve mas contribuí: não conctei nenhum serviço público.
Mesmo liberais, cada um faz o que pode.
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