quarta-feira, maio 23, 2007

A quente Primavera de Lisboa


Carmona Rodrigues formalizou a sua candidatura à Câmara de Lisboa. Como independente.

Faz bem em apresentar-se a eleições, depois de ter sido forçado a abdicar quando o partido que o elegeu lhe retirou o tapete. Assim, e perante o escrutínio popular, veremos quanto vale o seu desempenho enquanto presidente de câmara. Não foi um percurso fácil para Carmona Rodrigues. Admito que se possa ter sentido usado pelo partido que tão depressa lhe deu apoio como lho tirou, mas também não foi isento de mácula o seu percurso, de entradas e saídas na CML. Enquanto responsável máximo pelas políticas e pelas opções feitas (algumas herdou é certo) terá também de assumir as suas responsabilidades.


Conhecidos os nove candidatos - António Costa (PS), Helena Roseta (Independente), Carmona Rodrigues (Independente), Rúben de Carvalho (CDU), Sá Fernandes (Bloco de Esquerda), Fernando Negrão (PSD), Telmo Correia (CDS/PP), Gonçalo da Câmara Pereira (PPM) e Garcia Pereira (MRPP) - parece garantido que a cidade continuará ingovernável por mais dois anos, tanto mais que o novo executivo camarário (com o presidente de câmara e 16 vereadores) terá sempre uma configuração política muito diferente da Assembleia Municipal.

Foi isso que desejaram aqueles que forçaram eleições em Lisboa, antes do tempo.

Os dois independentes - que preferia tratar por cidadãos que não reuniram apoios de partidos políticos - vieram baralhar as contas partidárias e a futura divisão do número de vereadores.

É por causa desta previsível ingovernabilidade de Lisboa que não faltarão nos próximos dias os apelos dos partidos políticos ao voto útil. Resta esperar para ver quem é que os lisboetas consideram ser útil.

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