O Tribunal de Contas detectou despesa pública irregular superior a 700 milhões de euros nas 87 nas auditorias feitas em 2006 a 190 organismos do Estado. É incrível, não apenas a irregularidade (como é possível?) como o facto de ainda não ter ouvido nenhum responsável governamental ter dado explicações sobre isto.
Como reage o Estado quando as contas de uma empresa não batem certo? O que acontece se uma empresa não apresentar facturação que justifque a saída de dinheiros? No mínimo (já para não falar dos eventuais ilícitos criminais) fervem coimas.
E no Estado? Assobiamos para o lado e fazemos de conta que esses 700 milhões de euros foram mesmo bem gastos? Porque motivo não se revelam os organismos em causa, para que não fique a pairar espectro da suspeição sobre todos: admnistração central e administração local.
E os responsáveis destes organismos ficam impunes?
Continuam furados os bolsos por onde se escoam os dinheiros públicos. Mais do que os gastos ou poupanças decorrentes das opções políticas, com as quais podemos concordar ou discordar, o que não é tolerável é continuarmos sem saber como são gastos os dinheiros públicos e ficarmos impassíveis como se nada fosse.
E a estes 700 milhões que pelos vistos ninguém sabe para onde foram, junta-se outra notícia do dia: temos de trabalhar durante mais anos ou aumentar o valor das nossas contribuições se quisermos manter a sustentibilidade da segurança social, um dos pilares dos sistemas democráticos e dos nossos valores civilizacionais mais solidários.
Se alguém tivesse de responder por estes 700 milhões, talvez os cofres da Segurança Social tivessem uma ajudinha.
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