Um grupo de lisboetas, desligados das vontades dos partidos políticos ou das candidaturas independentes, decidiu pôr-se à cata de ideias e propostas para fazer de Lisboa uma cidade mais participativa, onde os cidadãos possam sentir que têm uma palavra a dizer nos processos de decisão do governo da cidade.
Dirão alguns que agora é moda ser-se independente. Mas não me parece que estas pessoas sejam independentes. Pelo contrário, parecem-me pessoas comprometidas. Mas esse compromisso é com a sua cidade e não com os partidos políticos, dos quais até podem ser simpatizantes ou até militantes. É bom que, a despeito de um eventual desencanto com a política ou com os políticos, ainda existam cidadãos com força, capacidade anímica e esperança de querer melhorar a cidade onde vivem, estudam ou trabalham.
Não deixa de ser curioso que duas candidaturas de independentes - Carmona Rodrigues e Helena Roseta - tenham surgido e baralhado as contas partidárias. Só por si, este facto é um sinal de que alguma coisa está já a mudar na governação de Lisboa.
Os próximos governantes da cidade, pertençam ou não a partidos políticos, já perceberam que terão de contar com estas expressões de cidadania activa a reclamar direitos, a contestar opções, a apontar outras soluções. Lisboa precisa destes movimentos como do pãozinho para a boca. E os lisboetas agradecem. Venham mais cinco.
domingo, junho 17, 2007
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3 comentários:
Governar a capital dum país, por um Independente, com o elevado peso político inerente, seria uma bofetada de luva branca nos partidos, no sistema político partidário. De certa forma o mesmo se tentou na última eleição presidencial, através de Manuel Alegre. O direito à cidadania é uma questão importante, talvez materializável numa democracia mais avançada. Contudo, há que persistir e lutar.
Júlio Pêgo
Confesso a minha relutância em aceitar independências de (anteriores) dependentes.
Caro Júlio, estamos de acordo. Penso até que a nossa democracia tem em forma esquisita de lidar com os independentes, que resultam da livre expressão de cidadania.
Ninas, parecem-nos sempre candidatos oportunistas, não é? Eu confesso que, na maior parte das vezes, também penso assim. Em Lisboa, se calhar porque estou mais atenta à governação da cidade, acho que Carmona Rodrigues e Helena Roseta vieram enriquecer o debate sobre a câmara e a cidade e só pela sua ousadia (pode chamar-lhe o que quiser) obrigaram o sistema partidário a reequacioanr as peças do xadrez político. De qualquer forma, e para que não subsistam aqui quaisquer dúvidas, devo dizer-lhe que o que quis enaltecer neste post foi mesmo expressão de cidadania, a vários níveis, que começa a mexer com a cidade. A começar pela blogosfera. Abraço.
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