segunda-feira, junho 25, 2007

Diz que é uma espécie de namoro (I)

Eles são dois políticos
a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros,
ele poderá ter pelouros para repartir.

Numa ou outra ocasião
passaram mesmo à beira, mas sempre sem falar.
Trocaram olhares envergonhados
mas já eram namorados
sem ninguém suspeitar.

Foram juntos num outro dia, como por magia, almoçar em pé.
Ele lá lhe disse, a medo: 'O meu nome é Tó e o teu qual é?'
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: 'Sou simplesmente a Maria'.
Quando a noite o envolveu, ele adormeceu e sonhou com a tia...

Então, bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A cidade sem ti não tem valor.
Juntos temos tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra crescer
O nosso comum amor.

Maria do Chiado
avivaste memórias,
deixaste mistério
Já o puseste a andar na lua,
no meio da rua e a chover a sério.

Ela quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou.
E lá disse a medo: "Olha Tó, sou profissional, aceito o teu amor, mas pela cidade me dou"

E agora, na campanha, dão os seus passeios, fazem muitos planos.
Querem dividir a câmara, tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses momentos, grandes sentimentos falaram por si.
Ele pegou na mão dela: 'Sabes, Maria, eu sempre gostei de ti...'

Adaptado de Cinderela, Carlos Paião

2 comentários:

Júlio Pêgo disse...

Obrigado Coca, por trazer à memória o Carlos Paião, tràgicamente desaparecido mas sempre presente pela inovação e criatividade, quer na letra quer na música.
Júlio

Coca disse...

Pois caro Júlio ocorreu-me assim que soube do namoro mais eleitoral desta silly season. Também gosto muito do Carlos Paião.